terça-feira, 30 de agosto de 2016

Aula 19/08/2016

O fato da expectativa de vida no Brasil ter aumentado justamente na mesma época em que, como diz o texto de Debret, a juventude ter deixado de se tornar uma faixa etária e se tornado um valor, possivelmente fez com que o vácuo deixado na questão: "qual o lugar da velhice?" que até então, o brasileiro não estava tão familiarizado, fosse ocupado por esse modelo de juventude estendido às faixas etárias posteriores, criando assim, essas novas categorias, como a dos “kidults”, jovens entre 18 e 21 anos com interesses infantis; o “paterpandemônio”, adultos entre os 20 e trinta que tentam voltar à infância através de produtos; e os “adultescentes”, pessoas entre 35 e 45 anos que se veem na vanguarda cultural jovem.

No documentário envelhescência, os exemplos que são mostrados tendem a mostrar as atividades físicas desempenhadas pelos idosos, uma senhora "surpreende" por começar a surfar, e é questionada por suas amigas por estar fazendo uma coisa que não é para sua idade; Um senhor caminha vários quilômetros por dia, outro salta de paraquedas; uma senhora viúva demonstra sua liberdade através de várias tatuagens no corpo e um deles conclui sua formação em Medicina. É de se notar que fora o ultimo exemplo os destaques são do âmbito físico, atividades físicas, para que o corpo volte a ter um vigor que teria na juventude, é uma espécie de retorno à juventude e não propriamente uma aquisição de uma qualidade própria da velhice, como por exemplo, a sabedoria, como é tradicionalmente reconhecida. 

A velhice, então, não parece ser uma idade onde as coisas ficam estagnadas, mas que tem tanta potencia de autopoiesis quanto qualquer outra faixa etária, e que a velhice não é um estado de lembrança do que passou, mas de criação.

Um comentário:

  1. sim, as teorias que estamos a trabalhar exploram exatamente a ideia de que não há estagnação na velhice...

    cadê as outras postagens, rapaz?

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